Autor original: Mariana Hansen
Seção original: Notícias exclusivas para a Rets
De acordo com a diretora colegiada do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea) e integrante da Coordenação Executiva Nacional da Articulação das Mulheres Brasileiras (AMB), Guacira César de Oliveira, o combate à violência contra mulher será um tema central das celelbrações do 8 de março em todos os estados brasileiros.
Beth Ferreira, da coordenação nacional da AMB, explica que a entidade está articulando todos os fóruns e contará com uma programação bem diversa, sem deixar ter temas em comum. “A questão da violência continua sendo um desafio especialmente pela necessidade da implementação da Lei Maria da Penha. Muitos fóruns estão trabalhando com esse tema, aproveitando o momento para pressionar a criação dos juizados da violência contra a mulher nos estados”, destaca.
Por outro lado, Guacira Oliveira também aponta a reforma da Previdência Social como ponto importante na pauta. “Grande parte dos excluídos do sistema previdenciário são as mulheres”, alerta. Ela ainda acrescenta a necessidade da mulher brasileira refletir sobre o que significa a guerra na vida das mulheres à política neoliberal e ao livre comércio. “Vamos nos solidarizar com todas as mulheres do mundo e denunciar o caráter fundamentalista, imperialista e belicista da política do Bush”.
Atividades
Para a celebração do Dia Internacional da Mulher, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) realizará, no dia 8, uma atividade aberta ao público em sua sede, em Genebra: uma mesa-redonda com mulheres pioneiras em suas áreas. Anousheh Ansari, primeira mulher a se tornar astronauta, e Rabiatu Serah Diallo, primeira africana a ocupar a secretaria geral de uma organização sindical, estarão presentes.
A OIT também divulgará alguns relatórios sobre a situação da mulher no mundo do trabalho. Um deles fará uma revisão sobre a última década e a atualidade. Outros relatórios são o “Tendências mundiais do emprego das mulheres, Resumo, 2007” e a publicação “Igualdade de gênero ao redor do mundo”, que revisa desafios e boas práticas sobre a igualdade de gênero no mundo do trabalho. Por fim, a Organização divulgará novos dados e cifras sobra a violência contra as mulheres, que oferecerá um panorama geral sobre a definição, a extensão e os custos desse tipo de violência no local de trabalho, além de pedir o fim da impunidade. Mais informações em www.ilo.org/gender.
No Rio de Janeiro (RJ), o Presidente Luís Inácio Lula da Silva lançará o Plano Nacional de Ações Integradas para o Enfrentamento da Feminização da Epidemia de Aids e outras DST, no dia 7 de março, às 10h, na Cidade do Samba. O evento ainda conta com a presença da Ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Nilcéa Freire, do Ministro da Saúde, José Agenor Álvares da Silva, e do Ministro do Esporte, Orlando Silva.
Em São Paulo, o dia 8 de março será marcado por uma caminhada “Por igualdade, autonomia e liberdade”. A concentração será na Praça Oswaldo Cruz, às 15h, e a caminhada será até o Vão Livre do Masp, na Avenida Paulista. As mulheres de São Paulo também já estão distribuindo materiais de divulgação sobre a data, que tem como tema neste ano “Feministas em luta para mudar o mundo”. Uma ala de mulheres com deficiências está sendo organizada para a passeata, e a organização procura pessoas voluntárias para apoiá-las no deslocamento o percurso. Pessoas interessadas em colaborar devem entrar em contato, com antecedência, com Amélia Galam pelos telefones (11) 6675-0816 e (11) 9877-4250.
Durante a manifestação, o texto do manifesto Mulheres Pelo Direito de Resposta na TV, que já circula pela internet, estará também disponível na versão impressa para coleta de assinaturas durante o trajeto da caminhada do 8 de março. O resultado da campanha de assinaturas será avaliado em 10 de março, dia de reunião das organizadoras da iniciativa para preparar a entrega do abaixo-assinado.
Outras atividades também compõem a agenda do dia na capital paulista. Pela manhã, está previsto debate sobre a Lei Maria da Penha, sancionada em 2006 como instrumento de combate à violência doméstica contra a mulher. A iniciativa está sendo organizada pelo Mackenzie. À noite, na Quadra dos Bancários, haverá debate sobre a condição das mulheres no Haití, como atividade inaugural da Assembléia Popular, que vai até 11 de março. As mulheres ainda estarão atentas à vinda de Bush a São Paulo, denunciando o impacto das políticas do governo norte-americano sobre a vida das mulheres no Brasil e na América Latina.
O Rio Grande do Sul está programando uma série de ações para a Semana da Mulher, que vai de 5 a 9 de março, promovida pela Secretaria de Estado da Saúde, pela Escola de Saúde Pública (ESP) e pelo Departamento de Ações em Saúde. A abertura oficial acontece no dia 5, às 8h30, no auditório da ESP, com a palestra “As Mulheres na Sociedade Contemporânea” e o desfile de modas do Clube de Reciclagem do Morro da Cruz, no saguão da Escola. No dia 6, a palestra será sobre “Violência de Gênero e as Mulheres Negras”. No dia seguinte, o tema abordado será “A rota crítica das mulheres no enfrentamento da violência”.
O dia 8 de março será marcado por duas palestras, a partir das 8h30, no auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari, sobre o tema “Violência Doméstica, uma questão de saúde pública”. No dia 9, a palestra abordará “A Saúde da Mulher nos Povos Indígenas”, ainda no auditório da ESP. Na parte da tarde de todos os dias haverá atividades culturais e oficinas.
Theme by Danetsoft and Danang Probo Sayekti inspired by Maksimer