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Fórum soma forças para combater tuberculose

Autor original: Joana Moscatelli

Seção original: Os mais interessantes e ativos projetos do Terceiro Setor





Fórum soma forças para combater tuberculose
WHO/P. Virot

Embora antiga, a tuberculose não é, como muitos ainda pensam, uma doença do passado. Em 2005, o número estimado de enfermos no Rio de Janeiro está em torno de 19 mil. A fim de sensibilizar e informar a população sobre a doença e a importância do diagnóstico precoce, foi criado em setembro de 2003 o Fórum Estadual de ONGs no Combate à Tuberculose.


"O Fórum trabalha para sensibilizar, mobilizar, articular e capacitar a sociedade civil organizada para o controle social da tuberculose. A prioridade é para aqueles grupos socialmente mais vulneráveis, como a população de rua, os portadores de HIV, a população carcerária, os profissionais do sexo, os dependentes químicos e as comunidades empobrecidas ou isoladas pelo tráfico", afirma Carlos Basília, secretário executivo do Fórum.


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a tuberculose é hoje a doença infecto-contagiosa que mais causa mortes no Brasil. O país encontra-se entre os 22 responsáveis por 70% dos casos da doença em todo o mundo.


A tuberculose é transmitida pelo ar, através das gotículas de escarro eliminadas pela pessoa contaminada. Seus principais sintomas são: febre, emagrecimento, dores torácicas, tosse, cansaço, perda de apetite, suores noturnos e eliminação de catarro com sangue. Seu tratamento consiste em medidas preventivas, como a aplicação da vacina BCG, e é importante fazer o diagnóstico prematuro. O tratamento leva mais de seis meses e não pode ser interrompido.


Um dos problemas mais alarmantes relacionados à tuberculose é a co-infecção tuberculose-aids – o que normalmente ocorre devido á baixa imunidade causada pelo vírus HIV.


No Rio de Janeiro, registram-se cerca de 16 mil casos de tuberculose por ano. É o estado brasileiro com maior incidência de casos, inclusive mortais. Para Carlos Basília, essa situação deve-se a fatores como concentração populacional, processo de urbanização desordenado e más condições de habitação, além da desestruturação dos serviços públicos de saúde.


Ainda segundo Basília, as ações governamentais no controle da tuberculose estão muito aquém das necessidades do estado. Por isso torna-se fundamental o papel das organizações civis no enfrentamento do problema. Além da assistência e da prevenção, a atuação das ONGs é muito importante para o que ele chama de "controle social". Vigiar, denunciar e cobrar políticas públicas de saúde de combate à tuberculose é umas das tarefas fundamentais do Fórum.


A entidade é formada por 45 organizações civis que desenvolvem atividades de prevenção e assistência à tuberculose em todo o estado do Rio de Janeiro, desde a Baixada Fluminense até municípios como Itaboraí e São Gonçalo. A Secretaria Executiva é formada por representantes de diversas instituições, como Instituto Brasileiro de Inovações em Saúde Social (Ibiss), Gestão Comunitária, Projeto Filipenses, Grupo Pela Vidda/RJ e Movimento de Reintegração das Pessoas atingidas pela Hanseníase (Morhan).


Seus objetivos são fortalecer as ONGs de base comunitária, promover campanhas de conscientização sobre a importância da prevenção e do tratamento adequado da doença, realizar o controle social das ações públicas nos níveis federal, estadual e municipal e melhorar o atendimento nos serviços públicos de saúde.


Sob o slogan "Tuberculose é antiga, mas não é passado, e tem cura", o Fórum vem realizando uma série de atividades de esclarecimento sobre a gravidade da doença. Através da mobilização social, pretende alertar a população do Rio de Janeiro, pois "se o estado e o Brasil não mobilizarem recursos para o combate à doença, em pouquíssimo tempo o país estará entre os primeiros na lista da tuberculose multirresistente".


Em virtude da falta de informação, muitas pessoas não sabem que têm a doença ou abandonam o tratamento precocemente, contribuindo para a disseminação da doença e para que ela se torne mais resistente aos medicamentos. Ou seja, a falta de informação sobre a doença e a dificuldade de acesso a serviços de saúde contribuem para que a doença se alastre e, em muitos casos, torne-se fatal.


A Secretaria Executiva do Fórum fica na Av. Marechal Câmara, nº 350 / 807, Castelo, Rio de Janeiro (RJ). O telefone é (21) 2240-3215 e o correio eletrônico, forumtbrj@ig.com.br.


Joana Moscatelli

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