Mobilização do movimento estudantil

Autor original: Mariana Loiola

Seção original: Notícias exclusivas para a Rets

O debate sobre a reforma universitária, que afeta diretamente a comunidade universitária e os setores educacionais, sempre foi uma das grandes reivindicações do movimento estudantil. A Rets tentou sem sucesso entrar em contato com a União Nacional de Estudantes (UNE) e a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes). No entanto, não poderia deixar de informar algumas das posições dessas entidades sobre a reforma.

A UNE defende uma reforma que reafirme a universidade como uma instituição social livre da pressão dos valores de mercado, que "combata a mercantilização do ensino superior, recupere sua infra-estrutura e valorize o trabalho docente e técnico-administrativo, ampliando vagas públicas e assegurando a permanência dos estudantes na universidade, com a adoção de políticas de assistência aos estudantes". A principal reivindicação do movimento estudantil, que luta por uma educação pública, gratuita, de qualidade, com acesso para todos, é incluir na reforma universitária o marco regulatório para as universidades privadas, segundo a UNE.

Para fortalecer a pressão a favor da aprovação desses pontos na reforma, a UNE convocou, para o dia 6 de abril, um dia de paralisação das universidades brasileiras, em defesa de uma reforma universitária avançada, que tenha como eixos principais a defesa do ensino público, a regulamentação do ensino privado e o direcionamento da educação nos rumos do desenvolvimento nacional.

No próximo dia 17 de março, a Ubes espera reunir oito mil estudantes em Brasília para a passeata em defesa da reforma universitária e também da votação em regime de urgência, pela Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei nº 3.627/04, que dispõe sobre a reserva de 50% das vagas das universidades públicas para alunos oriundos de escolas públicas - em especial negros e indígenas -, considerada pela entidade a mais importante medida no Brasil para o acesso democrático às vagas disponíveis nas universidades públicas.

Mariana Loiola