Autor original: Marcelo Medeiros
Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor
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Teoria e prática de diversas formas de comunicação e cultura serão debatidas de 3 a 7 de novembro, no Rio de Janeiro. Durante esse período, acontece a terceira edição do Tangolomango, uma mostra de ações sociais feitas por entidades atuantes em cultura e comunicação. Haverá seminários e atividades de vídeo, cinema, música, dança e artes plásticas – todas, exceto as sessões de cinema, gratuitas.
A proposta do evento é estimular a diversidade e o debate sobre a democratização dos meios de comunicação no Rio de Janeiro. Partindo do princípio de que a comunicação é um direito humano, o Tangolomango quer melhorar o acesso a produções comunitárias. “Nesta edição, descentralizamos as atividades e aumentamos o número de participantes”, afirma Marina Vieira, produtora executiva e idealizadora do evento.
Os seminários iniciam a programação. As inscrições já estão encerradas. Nos dias 3 e 4 de novembro, no auditório do Arte Sesc, acontecem debates sobre a democratização da comunicação. Haverá dois temas por dia. A primeira mesa é dedicada à discussão das relações entre a comunicação e o poder. São debatedores a publicitária Nádia Rebouças, os professores Albino Rubim, da Universidade Federal da Bahia, e Murilo César Ramos, da Universidade de Brasília, além de César Bolaño, da Universidade Federal de Sergipe. Entre os temas a serem abordados estão o caráter mercadológico e a regulação do poder da mídia.
O segundo painel abordará a importância da democratização dos meios de comunicação para o desenvolvimento. São debatedores o uruguaio Bruce Girard, da Campanha pelo Direito à Comunicação na Sociedade da Informação (Cris, na sigla em inglês); Taís Ladeira, diretora da Associação Mundial de Rádios Comunitárias, e Eduardo Homem, da TV Viva. O paraguaio Arturo Bregaglio, programador da rádio Trinidad, contará sua experiência no assunto. A mediação fica a cargo de Sebastião Santos, da rádio Viva Rio.
As políticas públicas serão o centro das atenções do terceiro seminário, ainda no dia 3, que conta com a presença do inglês Sean O'Siochru, da Cris; João Brant, do coletivo Intervozes, e Daniel Herz, diretor da Federação Nacional dos Jornalistas. O deputado federal Walter Pinheiro analisará a conjuntura da regulação das comunicações no Congresso. O diretor do Instituto para o Desenvolvimento e Estudo da Comunicação Social (Indecs), Gustavo Gindre, mediará o debate.
O quarto painel, que inaugura o dia 4, discutirá a construção de redes. A troca de idéias fica por conta de Jose Luis Aguirre, professor da Universidade Católica Boliviana; Pablo Ortellado, do Centro de Mídia Independente, e Luiz Antônio Carvalho, consultor da Rits. Completa a mesa Leonardo Brant, do Instituto Pensarte. Cristiane Ramalho, do portal Viva Favela, será a mediadora.
Para encerrar a seminário, Lorenzo Vilches, da Universidad Autónoma de Barcelona; Tatiana Wells e Giseli Vasconcelos, do Grupo de Mídia Tática Brasil; o artista Lucas Bambozzi e Luis Cerquinho Cajueiro, do coletivo Re:Combo, debaterão as novas mídias. O encarregado da mediação é Francisco César Filho, do Programa Janela Eletrônica.
Outras atividades
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Paralelamente aos debates, acontecem mostras de fotografia, cinema, dança e teatro. “Todos frutos de trabalhos comunitários de alta qualidade”, lembra Marina Vieira. Um exemplo é a mostra de vídeos “Território Livres”, que exibirá o resultado de uma oficina de vídeo realizada no fim de setembro, da qual participaram jovens de oito comunidades. A exibição acontece de 3 a 7 de novembro, no Castelinho do Flamengo. Também serão expostos grafites e fotos produzidos por grupos como a Casa das Artes da Mangueira, o Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré, o Grupo Eco, da comunidade de Santa Marta, Nós do Morro (Vidigal), Spetaculu e Kabum! (região portuária).
O Sesc de São Gonçalo, o Jardim Botânico e a Lona Cultural João Bosco recebem, de 5 a 7 de novembro, apresentações de dança e circo, além de oficinas de animação. A Cinelândia, por sua vez, será palco, no dia 4, do show do grupo Afro Lata, com performance do VJ Aléxis, que mistura imagens abstratas feitas em vídeo e computação gráfica. Um dia depois serão exibidos o filme "Fala Tu", de Guilherme Coelho e Natanael Lecrery, vencedor do Juri Popular do Festival do Rio 2003, e “Vinte Dez”, de Tata Amaral e Francisco César Filho. Ambos falam do mundo do hip-hop. O primeiro no Rio e o segundo, em São Paulo. A exibição acontece em frente aos Arcos da Lapa, no centro do Rio, às 20h. Ali perto fica o Cine Odeon, onde serão exibidos curtas a R$ 2, de 5 a 7 de novembro, sempre às 12h.
O Tangolomango foi criado em 2002 e era realizado no Museu da República, na zona sul carioca. Na primeira edição os debates giram em torno de cultura, cidadania e possibilidades de sustentabilidade dos projetos sociais junto às comunidades. O resultado das discussões virou um Caderno de Memória Cultural publicado pelo museu e distribuído a diversas entidades.
No ano seguinte, o foco foi ampliado para abranger também a comunicação. Este ano a temática se mantém. “Demos um salto de qualidade muito grande. Este ano, sinto que há ainda mais vontade de mostrar o trabalho que vem sendo feito em diversas partes, mas que não possui espaço. Abrimos espaço para discussão e exibição”, diz Vieira.
O evento
Tangolomango. De 3 a 7 de novembro
Debates: Arte Sesc (Marquês de Abrantes 99, Flamengo)
Oficinas, mostra de vídeo e exposições: Castelinho do Flamengo (Praia do Flamengo 158)
Apresentações de teatro e oficinas de dança: Sesc São Gonçalo (Av. presidente Kenedy 755); Jardim Botânico (Rua Jardim Botânico 1008); Lona Cultural João Bosco (Av. São Félix 601)
Filmes no Odeon (Praça Floriano, 7): de 5 a 7 de novembro, às 12h. Entrada R$ 2.
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