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Ong transforma um boa idéia em dinheiro

Autor original: Paulo Henrique Lima

Seção original: Os mais interessantes e ativos projetos do Terceiro Setor

O Projeto Transformação é a prova de que uma idéia simples, porém muito original, pode dar dinheiro. Através de um mini-mercado, onde a moeda de troca é o lixo reciclável, o projeto promove a conscientização ecológica e ainda garante 50% de sua auto-sustentação. A iniciativa é do Núcleo Especial de Atendimento à Criança (Neac), que fica em Campo Grande, no Rio de Janeiro.


O mercadinho vende de tudo, desde um tempero de alho e sal até eletrodomésticos. A comunidade arrecada latas de alumínio, jornal e garrafas plásticas e vai às compras. Com 48 latinhas de refrigerante, por exemplo, o comprador leva para casa 1 kg de arroz. Já para conseguir uma TV Philips de 20 polegadas, é preciso juntar 24 mil latas.


A idéia de transformar lixo em dinheiro surgiu no ano passado como uma alternativa para superar as dificuldades financeiras pelas quais passava o Neac: "Hoje, seis meses depois, a reciclagem já possibilitou a realização de muitas obras, a compra de um carro e o aluguel de um novo espaço para a construção de mais um mercado de trocas", diz Selma Pacheco, coordenadora do Neac.


Além das trocas no mercado, o Neac faz coletas em toda a cidade e tem convênios com condomínios e projetos da comunidade para recolher o lixo reciclável. A arrecadação é feita pelo menos uma vez por mês. "Com os condomínios, o Neac troca o lixo por cestas básicas para os funcionários ou por material de limpeza; e faz trocas também com as creches da comunidade, que compram comida com o lixo", conta Selma.


Atualmente o Neac beneficia 115 crianças da comunidade, que abriga 330 famílias. São oferecidas oficinas de inglês, informática, reforço escolar, esporte lazer e artesanato. Há também uma brinquedoteca, uma biblioteca e um ambulatório comunitário.


Os recursos conseguidos com o Projeto Transformação cobrem 50% dos gastos com 18 educadores, aluguel, material e combustível para as coletas. O restante do dinheiro vem de um convênio com a Fundação para Infância e Adolescência (FIA) e com a Secretaria Municipal para o Desenvolvimento Social (SMDS), que contribui com um apoio nutricional para 43 crianças. Também são aceitas doações.


A sede do projeto fica na Estrada Iaraquã, Ocupação Cumari II. O contato pode ser feito com Selma Pacheco pelo telefone (21) 834-1217 ou pelo correio eletrônico.

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