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Movimentos marcam manifestação contra aumento da tarifa para R$ 4

Desde a zero hora deste domingo (7) está em vigor a nova tarifa de transporte de ônibus, Metrô e CPTM. De R$ 3,80 para R$ 4,00, a tarifa sofre um reajuste de 5,26%, difícil para o trabalhador que não tem experimentado índices semelhantes em negociações salariais. O valor das integrações, no entanto, que já foi reajustado em 2017, acumula um percentual de 17,4%, mostrando que a política de transporte do governador Geraldo Alckmin e do prefeito João Doria, como têm observado especialistas, penaliza quem mora mais longe e precisa das integrações.Mas a dupla tucana não passará incólume com mais esse aumento, que derruba inclusive promessa de campanha do prefeito, de que não aumentaria a passagem. O primeiro ato contra o aumento da tarifa, organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL), se realizará na próxima quinta-feira (11). A informação do aumento foi vazada no mês de dezembro e confirmada pelo prefeito João Doria (PSDB) na quinta-feira (4).Em 2017, o valor unitário das passagens ficou congelado em R$3,80, mas houve restrições na gratuidade de transportes públicos, além de aumentos no valor da integração entre ônibus e metrô e na modalidade do bilhete mensal. Para o MPL, o aumento de 20 centavos neste ano pode voltar a suscitar grandes protestos. Em 2013, o movimento organizou os protestos que se tornaram conhecidos como Jornadas de Junho, e levaram ao recuo do aumento em decisão conjunta tomada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo prefeito Fernando Haddad (PT).De acordo com Diego Soares Thiago, integrante do MBL, a mobilização popular contra o aumento da tarifa é essencial para barrar outros retrocessos. "O que a gente percebe todos os anos é que se o aumento da tarifa não for barrado, haverá um incentivo aos outros ataques a quem é mais pobre. Se você faz uma grande mobilização no começo do ano contra o aumento da tarifa, o governo fica intimidado. Se não houver uma mobilização grande, a gente acredita que a direita continuará acentuando os ataques aos direitos", afirmou.Soares destaca ainda que, diante da conjuntura política atual, as mobilizações contra a tarifa podem influenciar os debates das eleições presidenciais deste ano."Nossa expectativa é fazer algo grande, principalmente porque é ano de eleição e a chance de revogar o aumento pode colocar o transporte público em debate, em evidência", disse.O evento da mobilização no Facebook destaca os impactos negativos do aumento para a população, já afetada pela crise econômica e pelo crescimento do desemprego, que fechou em 12% no último trimestre de 2017. "Enquanto o governador e o prefeito se importam somente com o lucro dos seus amigos empresários, a cada vez que a tarifa sobe, aumenta o número de pessoas excluídas do transporte coletivo", diz a descrição do evento.Para o urbanista Paolo Colosso, integrante do coletivo BRCidades, que também participa da organização do ato, o aumento dos valores das passagens pode ser a ação que faltava para mobilizar as pessoas contra as políticas do governo Doria."Não sabemos qual e quando vai ser o estopim, mas as regressões por mobilidade podem levar a isso, com certeza. O que a gente consegue perceber é que Doria vem cortando 40% dos investimentos de faixa e ônibus, cortou o passe livre estudantil, o investimento em ciclovias, e por outro lado, aumentou a velocidade dos automóveis. Ele mostra que o horizonte de cidade que tem é de prioridade ao automóvel, um modelo que sabemos que é inviável e irracional", disse.Em entrevista exclusiva à Rádio Eldorado, na quinta (4), Doria afirmou que não teme a possibilidade de grandes protestos. A concentração do primeiro ato está marcada para as 17h do dia 11, em frente ao Teatro Municipal, na zona central de São Paulo.

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